Segunda fase da Operação ‘Eríneas’ foi deflagrada nesta terça-feira (24). Segundo o Gaeco, Caio Oliveira Rezende Abreu teria avisado aos integrantes do esquema sobre a primeira fase da ação horas antes de ela ser deflagrada, em junho

O investigador da Polícia Civil Caio Oliveira Rezende Abreu foi preso preventivamente por suspeita de ajudar um suposto esquema que planejava ataques a autoridades de segurança pública em Uberlândia. A ação faz parte da segunda fase da operação “Eríneas”, que cumpre cinco mandados de busca e apreensão e três de prisão nesta terça-feira (24).
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, o policial teria avisado aos integrantes do esquema sobre a primeira fase da operação horas antes de ela ser deflagrada, em junho. O celular usado para trocar mensagens com os suspeitos foi apreendido.
Além disso, o policial foi flagrado fazendo trabalho de escolta para um dos investigados. Conforme o Gaeco, a Justiça afastou ele do cargo na Delegacia Especializada em Homicídios e determinou o recolhimento das armas dele.
Um dos endereços investigados é um apartamento no Bairro Fundinho. No local, armas de fogo foram apreendidas.
Ainda segundo o Gaeco, o policial civil foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pelos crimes de organização criminosa e por divulgar informações sigilosas de investigações.

Anderson Modesto
Além do policial civil, também foram presos de forma preventiva nesta terça Anderson Modesto Cunha e a esposa dele, Jéssica Alves Ferreira. O g1 procurou a defesa dos dois e aguarda retorno.
Anderson, conhecido como “Mão Branca”, foi réu em mais de 20 processos criminais. Ele havia deixado o sistema prisional, mas foi preso em junho na primeira fase da operação “Eríneas”. Em julho, ele e outros denunciados foram liberados após o término do período de prisão preventiva.
Em depoimento ao Gaeco em junho, o ex-detento Leonardo Diego Silva Dias, que denunciou o esquema, disse que o plano tinha como alvo quatro alvos: delegado, investigador, promotor e outra autoridade de força de segurança de Uberlândia.
Segundo ele, os investigados alegavam que eram perseguidos pelos alvos. O ex-detento afirmou que o grupo já havia repassado mais de R$ 200 mil para Anderson Modesto para que o crime ocorresse. Após o depoimento, Leonardo foi assassinado em agosto.
“Mandaram dinheiro para um preso de vulgo Mão Branca, que eu não conheço, já mandaram um fuzil e vão mandar outro. Ele está de [prisão] domiciliar e está tendo apoio de mais dois, o […] e o ‘Gugu’”, revelou.
Operação ‘Eríneas’
Em junho, 10 pessoas foram presas na primeira fase da operação ‘Eríneas’. A ação desarticulou a quadrilha investigada por planejar, de dentro de presídio, o assassinato de delegado, promotor e investigador, entre outros agentes de segurança pública.
Entre os alvos da primeira fase estavam o influenciador Lohan Ramires e um ex-policial militar. Todos foram presos de forma temporária, mas acabaram liberados da prisão em julho.
As investigações descobriram que os criminosos se organizaram dentro do Presídio Jacy de Assis e montaram o plano para atacar as autoridades. Nos dias anteriores à operação, parte da quadrilha deixou o presídio.
Por meio de uma carta, descoberta pelos investigadores, o líder da organização criminosa deu ordem para a execução dos alvos. Leonardo Diego Silva Dias, que denunciou o esquema, foi assassinado em agosto.
Depois da primeira fase da operação, o Ministério Público de Minas Gerais ofereceu uma denúncia à Justiça com 20 réus. Com o decorrer das investigações, mais três pessoas foram denunciadas, incluindo o policial civil.
(Com informações, TV Integração)
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