Investigação revelou esquema de fraude em empréstimos consignados

A Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da equipe da Delegacia de Polícia de Goiandira/9ª DRP, cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca domiciliar contra dois suspeitos de 43 e 39 anos de idade, investigados por lesar diversos funcionários públicos da prefeitura municipal de Goiandira-GO.
A investigação, que durou aproximadamente três meses e teve início por requisição do Ministério Público, apurou irregularidades em empréstimos consignados nos quais servidores públicos municipais teriam sido lesados. Durante a apuração, a Polícia Civil identificou inicialmente cinco vítimas dos golpes financeiros. Os depoimentos dessas vítimas, aliados à quebra de sigilo bancário dos suspeitos, esclareceram a estrutura dos supostos ilícitos.
ENTENDA O CASO:
- Funcionários públicos da Prefeitura de Goiandira procuravam um servidor de 39 anos, que ocupava o cargo de chefe do RH, para obter carta-margem necessária à realização de empréstimos consignados;
- Esse servidor, na qualidade de funcionário público municipal, indicava um correspondente bancário de 43 anos como responsável pela operação;
- Assim, uma vez em contato com o correspondente bancário, as vítimas eram coagidas a repassar parte do valor obtido no empréstimo, sob a alegação de que, sem esse pagamento, a liberação do crédito não seria aprovada. Além disso, eram informadas sobre supostas taxas que precisariam ser quitadas, sem que houvesse apresentação de detalhes sobre os valores cobrados ou cópia dos contratos;
- Após o pagamento indevido ao correspondente bancário, parte do dinheiro era repassada ao chefe do RH da prefeitura. Esse esquema foi identificado por meio da análise dos registros bancários dos investigados.
A investigação comprovou que, apenas com as cinco vítimas iniciais, o correspondente bancário recebeu indevidamente R$ 44.542,00 (quarenta e quatro mil, quinhentos e quarenta e dois reais), valor que pode ser ainda maior, considerando a possibilidade de outras vítimas ainda não identificadas.
Além disso, o inquérito policial demonstrou que o chefe do RH recebeu um total de R$ 28.340,00 (vinte e oito mil, trezentos e quarenta reais) entre junho de 2022 e novembro de 2024, como “comissões” pelos funcionários públicos que encaminhava ao correspondente bancário.
Diante das provas reunidas, a Polícia Civil representou ao Poder Judiciário pela prisão preventiva e busca domiciliar contra os suspeitos. Após parecer favorável do Ministério Público, a prisão foi deferida em relação ao correspondente bancário, enquanto ao chefe do RH foram impostas medidas cautelares diversas da prisão.
Durante as diligências, foram apreendidos celulares, notebooks e diversos documentos, que serão analisados para fortalecer a investigação e identificar possíveis novos crimes ou outros envolvidos. Também foi apreendido um veículo VW/Jetta.
Com essa operação, a Polícia Civil reafirma seu compromisso de investigar os fatos que causaram prejuízo aos cofres públicos da Prefeitura Municipal de Goiandira e responsabilizar os envolvidos.
Os suspeitos responderão pelos crimes previstos nos artigos 316 e 171 do Código Penal, cujas penas variam de 1 a 12 anos de reclusão, além do crime de ocultação de bens ou valores, previsto no artigo 1º da Lei 9.613/98, cuja pena varia de 3 a 10 anos de reclusão.