Lançamento FIFA 23: jogo truncado, maior imersão e modos renovados no ‘adeus’

Título reinventa alguns pontos na despedida da franquia com o nome de FIFA, deixa bola mais ‘viva’ nas partidas e aposta em fatores visuais que fazem diferença na gameplay 

(Foto: Divulgação / EA SPORTS)

FIFA 23 é o último jogo da franquia da EA com esse nome, lançado nesta sexta-feira (30) e com acesso antecipado desde terça (27) para alguns usuários. O game chega com mudanças pontuais na gameplay, novidades em seus diferentes modos de jogo, além de bons gráficos, que vêm sendo elogiados pela comunidade. Inclusive, o apelo visual é um dos pontos fortes do título, com diversas animações novas, efeitos de torcida e até uma nova aparência do campo em si.

A chegada oficial do crossplay também é uma novidade interessante (estava apenas em teste na reta final do FIFA 22) que facilita o matchmaking, enquanto opções de jogo mais rápidas prometem diminuir o tempo para progredir em modos online. O TechTudo testou o jogo e traz a seguir uma análise completa do FIFA 23. Vale lembrar que o game está disponível para PlayStation 5 (PS5), Xbox Series X/S e PC, além de PlayStation 4 (PS4), Xbox One e Nintendo Switch.

Gameplay: meio-campo truncado, golaços e bola ‘viva’

As partidas do FIFA 23 ganharam algumas mudanças em relação ao que era visto nos anos anteriores. A principal novidade é a mecânica de bola parada, que deu uns passos atrás e voltou com uma visão tradicional nos escanteios, além de retomar recursos como o timing certo para bater na bola na hora do pênalti e selecionar a direção do chute e o local da bola onde o jogador vai acertar. Com isso, ficou mais intuitivo marcar um golaço de falta ou cobrar um bom escanteio.

Além disso, por conta da tecnologia HyperMotion 2 utilizada pela EA, que junta Inteligência Artifciial e a captura de jogadores reais em partidas inteiras de 11 contra 11, a briga pela bola ficou mais fiel à realidade, apesar de manter o toque “arcade” do FIFA em alguns dribles e chutes especiais. A disputa corpo a corpo está mais difícil, assim como toques de primeira e passes longos. Agora, é necessário apertar os botões com maior firmeza, mas não necessariamente mais força.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

O ritmo do jogo também ficou mais travado no meio campo, e os times atuam em conjunto, seja para compactar ou para manter uma linha mais espaçada. Isso se dá muito pela captura dos movimentos coletivos, o que também influencia na relação do goleiro com zagueiros e atacantes. Nesse caso, até a reação foi impactada: o tempo de bola não vai ser o mesmo com muitos jogadores na área “bloqueando” a visão dos arqueiros.

O FIFA 23 também aposta bastante em chutes bonitos e à distância. Se as faltas ganharam uma nova mecânica mais intuitiva, agora é possível utilizar o novo Power Shot para ter mais chances de marcar um golaço. O jogador tem alguns poucos segundos para ajeitar o corpo e chutar a bola com força e firmeza suficientes. Para quem está atacando, é um momento de atenção para não errar a direção do tiro, já que os controles ficam mais sensíveis. Já na defesa, é hora de tentar a roubada de bola e fechar os espaços, já que esse tempo de preparo deixa o adversário “vendido” para um possível desarme.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Na defesa, o movimento conjunto em linha ajuda bastante, mas não basta cercar para impedir as jogadas de ataque. O uso do R1 (RB) é essencial para dobrar a marcação, enquanto o X (A) voltou a ter uma importância maior para pressionar o adversário. Ficou mais fácil para os atacantes passarem pela zaga em velocidade, sobretudo no futebol feminino, cujas jogadoras são mais rápidas e dribladoras. Para isso, é importante esquecer um pouco o L2 (LT) na hora de correr e, se necessário, apostar em um carrinho prolongado para recuperar a bola.

Por fim, vale falar sobre as bolas cada vez mais vivas após chutes bloqueados ou mesmo defendidos pelos goleiros. A EA adicionou uma camada a mais de realismo: o impacto no corpo dos atletas gera diferentes tipos de desvio, algo muito ligado à parte estética de movimento dos dedos ou mesmo do pé dos jogadores. Isso leva a alguns rebotes inesperados e algumas bolas mais brigadas ao longo das partidas. Portanto, vale atentar às sobras para evitar surpresas.

Modos renovados

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

A EA também trouxe novidades importantes nos diferentes modos de jogo. No Modo Carreira, vale destacar a possibilidade de controlar técnicos reais, assim como tomar decisões na vida pessoal do jogador escolhido ou criado na opção de atuar como atleta. Além disso, foi feita uma reorganização dos menus, que melhoraram a visualização de informações importantes e deixaram a parte de gestão mais intuitiva.

Já no FUT, a mudança foi mais a fundo, pegando a essência do modo. A Química do time, que antes era medida pela relação entre jogadores de posições próximas, passou por uma reformulação. Agora, não é necessário colocar, por exemplo, dois atletas brasileiros e da mesma liga lado a lado para atingir o potencial máximo de ambos e aumentar os pontos da equipe como um todo: eles podem ser de posições opostas no campo, e vão contar para o sistema de Química da mesma forma.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Assim, equipes com muitos atletas de diferentes nacionalidades e ligas precisam ser montadas a partir de um número maior de relações, e não apenas três a quatro links, como antes. Isso pode deixar os Desafios de Montagem de Elenco (DME) mais complicados, porém deixa a montagem de um elenco forte mais tranquila caso o usuário queira utilizar jogadores diferentes em seu máximo potencial no ataque ou na defesa, por exemplo.

O modo também ganhou o novo Moments, recurso que permite jogar trechos de partidas para realizar missões específicas e ganhar pontos de forma mais rápida. A ideia, segundo a EA, é facilitar a participação de usuários que não têm muito tempo para jogar opções como Squad Battles, Rivals ou mesmo amistosos no FUT e crescer no modo.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

O Moments lembra um pouco uma seção de partidas reais que alguns FIFA mais antigos traziam, com jogos históricos ou minigames relacionados a clássicos. Assim como nesses desafios, o jogador pode precisar controlar um atleta específico para marcar dois gols nos 15 minutos finais de uma partida, marcar a partir de uma falta no início do segundo tempo, entre outros exemplos.

O Volta, “FIFA Street” de nova geração, também sofreu alterações na nova edição, e agora, além de trazer outra jogabilidade para o game, é uma alternativa mais descontraída para quem deseja progredir no Pro Clubs. O avatar utilizado em um é o mesmo do outro, e tatuagens, cabelo e acessórios vão ser os mesmos nos dois modos. Em termos de gameplay, há algumas opções diferentes, como treinos que também valem pontos no modo multiplayer, enquanto o Volta segue com os minigames Arcade, agora de maneira integral (não apenas aos finais de semana).

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Uma ausência importante no Pro Clubs é o crossplay, que está presente no FUT. A possibilidade de jogar com usuários de outras plataformas é muito positiva na hora de formar partidas, e seria uma adição necessária ao modo, que exige uma gameplay Multiplayer. No Ultimate Team, por exemplo, o tempo de matchmaking é bem inferior em relação a outras edições (mesmo durante o período de acesso antecipado), muito graças ao crossplay.

Ligas licenciadas, duas Copas do Mundo e mais futebol feminino

FIFA 23 também traz mais ligas licenciadas à franquia. A transmissão é personalizada em torneios como Premier League, LaLiga, Bundesliga e, agora, na Serie A TIM, única dessas que não tem todos os times com escudo e uniformes reais. Os dois campeonatos femininos adicionados, da Inglaterra e da França, também são 100% licenciados, incluindo os estádios reais das equipes. Além disso, os contratos da EA com Conmebol e UEFA também seguem, garantindo escudos e uniformes reais nas equipes da Libertadores e da Sul-Americana, assim como nas Champions, Europa e Conference League.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

A grande novidade envolvendo esse tema no FIFA 23 é a presença de duas Copas do Mundo licenciadas. Ambas chegam via DLC: a primeira nos próximos meses, já que o mundial masculino acontece no final de novembro, e a segunda na metade do ano que vem, quando acontece a Copa do Mundo de Futebol Feminino na Austrália e na Nova Zelândia. Ainda não há muitas informações sobre o conteúdo que chega nas expansões, mas, seguindo o que aconteceu em 2014 e 2018, é possível esperar por estádios reais, todas as seleções classificadas 100% licenciadas e também uma opção especial do FUT para jogar.

É importante destacar também, infelizmente, a ausência de jogadores brasileiros reais nas equipes nacionais. Dessa vez, nem a Liga do Brasil, torneio nacional com algumas equipes daqui, está disponível. Apenas os clubes classificados à Libertadores ou à Sul-Americana foram incluídos no game, mas ainda com atletas genéricos. O mesmo vale para as seleções masculina e feminina, que não contam com os principais craques do país.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Já do lado dos nossos hermanos argentinos, tanto o campeonato local quanto os times nas competições da Conmebol são 100% licenciados, trazendo inclusive alguns técnicos e três estádios reais: o Presidente Perón, do Racing, o Libertadores de América, do Independiente, e a Bombonera, do Boca Juniors. Agora, a Argentina é o único país latino-americano fielmente representado na franquia, já que as ligas brasileira, colombiana e chilena, que já apareceram em títulos anteriores, foram retiradas de vez.

Gráficos e ambientação

Os gráficos em FIFA 23 parecem ter dado um salto em relação à edição anterior. A semelhança dos principais craques, que têm um rosto fielmente reproduzido no game, foi inclusive tema de comentários no Twitter por parte dos usuários que jogaram o título no early access.

O TechTudo separou algumas imagens do game e comparou com os jogadores e jogadoras na vida real. Veja:

Gráficos no FIFA 23 são bons? Compare com os jogadores na vida real

(Foto: Reprodução / TechTudo)

A torcida, um ponto sempre trabalhado pela EA na franquia, também ganhou aspectos mais reais, tanto na aparência quanto no comportamento. Momentos de gol (contra ou a favor) são marcados por bastante movimentação, palmas e performances são seguidas pelos sons de cantoria, além de contarem com alguns detalhes interessantes de observar, como pessoas subindo as escadas e voltando com bebidas, celebrações em grupo e até cadeiras vazias ao final do jogo em caso de uma goleada.

Também há animações na parte exterior do estádio. Durante os testes, foi possível ver a movimentação de torcedores nos arredores da Bombonera, em uma tentativa (não muito fiel, vale dizer) de reproduzir as ruelas do bairro La Boca, em Buenos Aires, onde joga o Boca Juniors. O mesmo acontece na parte de fora do San Siro antes de uma partida do Milan ou no Old Trafford momentos antes de um compromisso do Manchester United.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Dentro de campo, os gráficos e a ambientação também merecem destaque. O detalhe dos dedos do goleiro após o impacto da bola em uma defesa, assim como o balançar do pé de um jogador ao bloquear um chute com a ponta do pé são novidades estéticas interessantes, e influenciam na gameplay pela diferença na forma como acontece o desvio.

Outras mudanças interessantes do FIFA 23 são a grama, que agora está mais fiel à realidade (inclusive com detalhes específicos para grama sintética, como alguns usuários destacaram no Twitter), e a rede, que agora é 3D e teve seus movimentos refeitos pela EA nos lances de gol.

(Foto: Reprodução/Yuri Hildebrand)

Por fim, vale citar o replay, que traz uma espécie de Realidade Aumentada com números sobre o chute, como velocidade, direção, chance de gol, entre outros, dando bastante ênfase no som da batida. Todos esses aspectos dão um “quê a mais” na experiência de jogo, garantindo a maior imersão prometida pela empresa no jogo.

Conclusão

FIFA 23 é um bom ato final para a franquia da EA, que vai mudar de nome a partir do ano que vem. A era pré-EA Sports FC se encerra com novidades importantes nos principais modos, um bom número de ligas licenciadas e mais opções do futebol feminino para jogar. A ambientação é um diferencial importante, tanto pelas transmissões fiéis ao que se vê na vida real quanto pelos detalhes de física e gráficos melhorados.

Além disso, o jogo vai ser o primeiro da franquia a oferecer a Copa do Mundo feminina totalmente licenciada, além de trazer o torneio masculino que acontece no final de 2022. O game está disponível por a partir de R$ 298,90 para PS5, R$ 339 para Xbox Series X/S e R$ 299 no PC via Steam.

O último jogo da franquia com o nome de FIFA “corrige” bolas paradas, deixa partidas mais truncadas e trabalha bastante na imersão, tanto em aspectos estéticos quanto na física do jogo. Título também modifica principais modos, revisando Química do FUT, trazendo técnicos reais ao Modo Carreira e juntando opções Multiplayer. Além disso, ligas licenciadas e duas Copas do Mundo em uma única edição são fatores que qualificam o game.

Com informações Tech Tudo (ADAPTADA).

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