Fim de semana com mais ensaios das congadas: Catalão vive a cultura e a devoção – Por Lucas Machado

Capitães e dançadores se preparam para a Festa do Rosário, com momentos de devoção e união que transcendem gerações

(Foto: Lucas Machado/Zap Catalão)

No último fim de semana, as congadas de Catalão voltaram a aquecer os corações da comunidade com seus ensaios e encontros, misturando fé, devoção e tradição. Para mim, Lucas Machado, o sábado, 7 de setembro, não foi apenas um feriado de independência, mas também uma data de saudade. Exatamente 24 anos atrás, meu avô, Geraldo Machado, faleceu, e neste dia, enquanto fotografava as congadas, sentia o peso da ausência e a memória viva dele, simbolizada no relógio que eu usava, um de seus pertences.

O primeiro destino do dia foi a sede do Terno de Congo Prego, onde reencontrei amigos e fui recebido com o calor típico das congadas. O Capitão Lucas Arruda, que voltou da Europa exclusivamente para liderar o terno nos ensaios e na Festa do Rosário, foi uma inspiração para todos nós. O esforço que ele faz para estar presente e liderar o terno é um exemplo de dedicação e amor pela cultura. Quando o terno começou seu ensaio, as batidas e músicas trouxeram conforto ao meu coração. A presença de tantas pessoas ali, acompanhando o ensaio no terreiro, é um lembrete da força que nossa cultura ainda tem, e isso me dá esperança de que ela seguirá firme.

No domingo, fui à Vila União, onde o Terno Catupé Vinho realizava seu ensaio. O Capitão Marquinhos abriu os trabalhos com uma oração sincera e forte, pedindo proteção para os dançadores e uma boa condução do ensaio. Foi um momento de muita fé, e logo em seguida, os cacheiros do terno marcaram o ritmo com uma energia contagiante. A força e a emoção dos dançadores eram visíveis, e foi um privilégio poder capturar esses momentos com minha câmera. Ali, vi mais uma vez como as congadas são um espaço de união e fé, algo que transcende gerações.

Ainda no domingo, fui à sede do Terno de Congo Nossa Senhora da Guia, no bairro Santa Terezinha, conhecido pelo seu verde limão vibrante. O ensaio contou com a presença especial dos festeiros de 2025, Luiz Gustavo Rosa Sampaio e Samara Esperidião Sampaio. Eles estavam ali prestigiando o ensaio e absorvendo os conselhos dos capitães e amigos presentes, mostrando que a preparação para a festa não é apenas física, mas também espiritual e comunitária. A interação dos festeiros com o terno reforça o compromisso deles com a tradição.

Para fechar o dia, estive no ensaio do Terno Catupé Branco, que, dessa vez, ocorreu na casa do Capitão Carlinhos, também no bairro Santa Terezinha. A rua estava completamente tomada por pessoas que acompanhavam o ritmo e as batidas do terno. E o que mais chamou atenção foi o sentido de irmandade presente ali. Capitães de outros ternos, como o Catupé Prata, e a sanfoneiro do Terno de Congo Santa Terezinha se uniram ao ensaio, mostrando que, apesar de cada terno ter sua identidade, a união entre eles é o que fortalece essa cultura centenária.

Esse fim de semana foi um lembrete da força que as congadas têm em Catalão. “Tenho certeza de que você já ouviu o som das congadas ecoando pelas ruas este ano”, e isso, para mim, é um sinal de que nossa tradição segue viva e pulsante. Convido todos a participarem dessa cultura que é tão rica e importante para nossa cidade.

Por fim, mais uma vez, um pedido especial aos motoristas que circulam pela cidade: é fundamental que todos prestem atenção à movimentação dos ternos nos fins de semana, especialmente no fim da tarde, quando os ensaios acontecem. Precisamos garantir que nossa festa continue com harmonia e segurança para todos.

Confira dos registros de Lucas Machado:

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