Um texto de Gabriel Peixoto, geógrafo formado pela Universidade Federal de Goiás e registrado no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO)
Quando se coloca “drones e saúde” na mesma frase, pode até parecer algo de ficção científica, mas não é. É real.
Costumo dizer aos meus alunos que o drone não é uma ciência, e sim uma ferramenta que pode ser utilizada em inúmeras situações, conforme a necessidade e a criatividade permitirem, sempre levando em conta a segurança operacional.
No Brasil, o uso de drones na saúde já é uma realidade, sendo amplamente empregado na identificação e no mapeamento de áreas com possíveis focos de dengue e outras doenças por agentes de endemias. Em São Paulo, por exemplo, drones agrícolas foram utilizados para a aplicação de larvicidas em terrenos baldios e edifícios.
Em outras partes do mundo, os drones também desempenham papéis importantes. Já existem registros de drones transportando medicamentos para áreas remotas em Gana, além de inúmeras startups ao redor do mundo desenvolvendo protótipos com essa finalidade.
Em 2019, um teste realizado pela Universidade de Maryland, em Baltimore, nos EUA, transportou com sucesso um rim para transplante por cerca de 2 km entre dois centros médicos.
No Brasil, há estudos em andamento em Belo Horizonte para o transporte de amostras biológicas entre diferentes laboratórios e até para o transporte de bolsas de sangue destinadas a cirurgias.
Vale ressaltar que, no Brasil, qualquer um desses testes precisa da autorização de órgãos como a ANAC, o DECEA e a Anatel, além de instituições de vigilância sanitária e saúde pública.
Outra inovação promissora ocorreu em junho deste ano, quando a empresa chinesa DJI, maior fabricante de drones do mundo, realizou um teste bem-sucedido com o modelo Flycart 30, que transportou seis cilindros de oxigênio (1,5 kg cada) até um acampamento a 6.000 metros de altitude no Monte Everest.
As ideias inovadoras não param de surgir, e em breve veremos muitas outras aplicações.
Sobre Gabriel Peixoto
Gabriel Peixoto, geógrafo formado pela Universidade Federal de Goiás e registrado no CREA-GO, é um especialista no uso de drones com mais de cinco anos de experiência. Suplente do Conselho Municipal de Saúde. Instrutor do Senar GO e referência no meio rural, Gabriel está disponível para contato pelo telefone (64) 99338-3163 ou pelo Instagram: @gabriel_agropeixoto.
