“CONGÁ”: documentário sobre o terreiro de umbanda mais antigo de Catalão será lançado no próximo dia 23

Dirigido por Daniel Pires, “CONGÁ”, relata os traços do sincretismo religioso que faz parte da formação histórica da cidade

(Foto: Divulgação)

Após ter estreado no cinema como diretor em “Por onde eu for não haverá rastros”, Daniel Pires lança seu primeiro documentário, o curta-metragem “CONGÁ”. A sessão de pré-estreia do filme acontece no dia 23 de dezembro, às 19h, no Miniauditório Congadas (Bloco L) – Universidade Federal de Catalão (UFCAT), com entrada gratuita.

O filme tem como principal foco um registro delicado do sincretismo religioso presente na formação histórica da cidade de Catalão, através da principal figura do terreiro de umbanda da Vovó Maria Conga, intitulado Centro Espírita e Casa da Sopa Vovó Maria Conga, Maria Helena, mãe de santo (popularmente conhecida por Vó Maria ou Vovó Conga), que fundou a casa há cerca de 55 anos. A rotina do terreiro foi acompanhada pelo diretor, acompanhado da assistente de direção Ana Flor e sua equipe através de momentos ritualísticos da casa. O filme é composto por entrevistas de membros do terreiro e de uma figura importante para a história da cidade, o ex-prefeito Halley Margon, além de registros vibrantes das festas de celebração aos orixás Oxóssi e Iemanjá no início de 2024, com parte da vida dentro do Congá, o altar de Vovó Maria Conga.

“É impossível falar sobre a história de Catalão sem passar pelo vívido e lancinante sincretismo religioso brasileiro, presente em momentos como as congadas e que se desdobra fortemente na vida do terreiro”, explica Daniel sobre CONGÁ. Para o diretor, reconhecer o espaço das religiões de matriz afro-brasileira na cidade através do cinema é um desafio, tendo em vista o e racismo religioso existentes em um país com fortes heranças africanas, ainda pulsantes no cotidiano catalano.

O documentário, que conta com apoio da Sublimação Filmes e Estúdios Falange, tem como pano de fundo a cidade e parte de sua história e relações políticas, em contraste com a poética do que é a identidade umbandista em Catalão, aos olhos de Maria Helena, mãe de santo da casa e de outras mulheres que compõem a hierarquia do espaço.

Daniel Pires, que contou com o apoio da cientista social e pesquisadora Amanda Diniz Mesquita, reafirma a importância de defender outros pontos de vista sobre a história de Catalão, “de forma que possamos ser vistos e respeitados pelas nossas identidades, para além do colonialismo impregnado na nossa história”.

O filme conta com a direção de fotografia de Isaac Brum e direção de som de Victor Pimenta, além de montagem feita pelo diretor Daniel Pires. A obra foi realizada através do Edital 01/2023 da Lei Paulo Gustavo em Catalão-GO.

O primeiro documentário filmado em um terreiro de umbanda na cidade

A primeira ideia de imprimir uma visão cinematográfica da vida no terreiro de umbanda mais antigo da cidade surgiu através de Daniel Pires que, conhecendo a casa desde 2017, decidiu iniciar a pesquisa para o documentário em 2023, feito inédito na casa depois de mais de meio século de existência. O diretor afirma que a semente para a gravação de “CONGÁ” veio de um curiosidade alimentada ao longo dos anos:

“Eu tive uma intensa adolescência católica. O terreiro da Vovó Maria Conga era visto com negatividade no meu meio. Quando tive a oportunidade de ir em uma gira, anos depois, tive um dos melhores sentimentos da vida e sabia que aquilo me marcaria para sempre. Penso que o documentário pode ajudar a romper o preconceito religioso na cidade em que nasci”.

O termo “sincretismo religioso” traz consigo a complexidade da formação cultural brasileira. Em Catalão vemos, por exemplo, a apropriação da Igreja Católica à festa em Louvor à Nossa Senhora do Rosário, composta pelas congadas, que guardam relação com a umbanda e o candomblé. Em “CONGÁ”, vemos a força desta mistura religiosa, de santos, orixás e entidades.

“Tenho a pretensão de fazer com que o filme chegue a mais lugares do país, de forma que esta forte presença do Congá não se limite à nossa região. Acredito profundamente que podemos realizar um cinema de qualidade e que aborde questões cruciais para nossa cultura”, afirma o diretor.

O pontapé inicial para o filme será uma sessão gratuita e aberta ao público, no Miniauditório Congadas da UFCAT (Universidade Federal de Catalão), como contrapartida do projeto aprovado na Lei Paulo Gustavo. Para mais informações e para acompanhar a trajetória do filme, basta seguir o perfil @conga.curta no Instagram.

Este projeto foi contemplado pelo Edital 06/2023 da Lei Paulo Gustavo em Catalão-GO.

SERVIÇO

Exibição do filme “CONGÁ” no Miniauditório Congadas (Bloco L) – Universidade Federal de Catalão (UFCAT)

Data: 23 de dezembro de 2024

Local: Fundação Cultural Maria das Dores Campos

Endereço: Miniauditório Congadas (Bloco L) – Universidade Federal de Catalão (UFCAT)

Classificação indicativa: Livre

ENTRADA FRANCA

CONTATO PARA IMPRENSA
[email protected]
(64) 98100-7925
Daniel Pires

Sinopse: CONGÁ é um registro delicado do sincretismo religioso, acompanhado na casa de umbanda de Vovó Maria Conga em Catalão-GO.

FICHA TÉCNICA

Direção: Daniel Pires
Coordenação de pesquisa: Amanda Diniz Mesquita
Produção: Ana Flor, Marcos Macarney e Daniel Pires
Direção de fotografia: Isaac Brum
Direção de som: Victor Pimenta
Assistência de Direção: Ana Flor
Produção de set: Marcos Macarney
Montagem: Daniel Pires
Assistência de fotografia: Nelson Bezerra Barbosa
Apoio: Sublimação Filmes e Estúdios Falange