
No dia 23 de abril, data consagrada a São Jorge, o bairro Pontal Norte, em Catalão (GO), foi mais uma vez palco da fé e da cultura popular que moldam a identidade da cidade. O Terno Vilão São Jorge realizou um terço em homenagem ao seu padroeiro, reunindo dezenas de devotos, dançadores e admiradores da tradição das congadas.
Sob a proteção do guerreiro santo, símbolo de coragem e resistência, a noite foi marcada por um profundo sentimento de espiritualidade. O som dos cânticos do terço se misturava às batidas dos tambores e ao rufar das caixas, prenunciando a apresentação que viria em seguida.
Após a reza, o Terno fez uma belíssima apresentação, reafirmando a importância da tradição do Vilão, uma das mais emblemáticas dentro do universo das congadas. Com camisetas nas cores do terno, movimentos precisos e expressões carregadas de emoção, os dançadores derramaram suor pelo legado deixado por gerações. O ritmo das caixas e a cadência dos passos conduziam os presentes a um estado de celebração coletiva, como só a cultura popular é capaz de proporcionar.
Estive presente, com minha câmera e meu coração, matando um pouco da saudade das Congadas de Catalão e revendo amigos e figuras queridas dessa caminhada que já dura anos. Cada clique foi uma tentativa de congelar no tempo a força dessa manifestação que une fé, história e pertencimento.
Em tempos de desafios à preservação da cultura popular, momentos como este reafirmam o papel central das congadas na construção da nossa identidade.
São Jorge, o santo guerreiro, continua sendo inspiração na fé individual, e também na luta coletiva por respeito e valorização das tradições afro-brasileiras. No Pontal Norte, mais uma vez, ele foi celebrado com a dignidade que merece — entre tambores, cantos e o brilho dos olhos de quem dança com o coração.
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