Julgamento no Tribunal do Júri de Catalão durou mais de 27 horas; ocultação de cadáver prescreveu e testemunhas podem responder criminalmente por mentirem no tribunal.

Após um julgamento realizado no Tribunal do Júri da cidade de Catalão, que durou 27 horas e 30 minutos, Paulo Vítor de Azevedo foi condenado a 26 anos de prisão em regime fechado pelo homicídio qualificado de Priscila Brenda Pereira Martins da Silva, desaparecida em 2012 no distrito de Pires Belo, em Catalão.
O réu também foi condenado pelo crime de ocultação de cadáver, mas a pena prescreveu devido ao tempo decorrido desde o desaparecimento da vítima.
O júri popular teve início na segunda-feira (17), às 8h30, e prolongou-se por 20 horas e 30 minutos, até as 4h45 da madrugada de terça-feira (18). Após uma pausa de seis horas, a sessão foi retomada às 11h e concluída por volta das 18h, totalizando 27 horas e 30 minutos de julgamento.
Atuação das partes envolvidas
O Ministério Público foi representado pelos promotores de Justiça Renner Carvalho Pedroso e Diego Henrique Siqueira Ferreira, responsáveis pela acusação. O advogado Gabriel Álvares Figueiredo Silva atuou como assistente de acusação, auxiliando na argumentação que levou à condenação. Já a defesa de Paulo Vítor de Azevedo ficou a cargo do advogado Dr. Leandro de Paula, que contestou as provas e alegações apresentadas.
O julgamento foi conduzido pelo juiz Felipe Sales Souza, que presidiu os trabalhos do tribunal do júri e garantiu o cumprimento dos procedimentos legais.
Três testemunhas responderão por falso testemunho
Durante o julgamento, três testemunhas foram acusadas de falso testemunho por supostamente terem mentido durante seus depoimentos no tribunal. Elas serão julgadas em uma nova data a ser definida e podem responder criminalmente pelo crime de falso juramento.
Caso mobilizou a comunidade

O desaparecimento de Priscila Brenda Pereira Martins da Silva ocorreu em dezembro de 2012, quando a vítima tinha 14 anos. Testemunhas relataram que a jovem foi vista pela última vez entrando no carro de Paulo Vítor de Azevedo, seu então namorado. Mesmo sem o corpo ter sido localizado, as investigações da Polícia Civil apontaram indícios suficientes para concluir que ela foi assassinada.
Desde então, o caso gerou grande repercussão e forte comoção entre familiares e moradores da região, que aguardavam por justiça há mais de 12 anos.